Radio Jovem7

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO



Muitos cristãos ignoram o quarto mandamento argumentando:



(1) que ele não é "reafirmado" no Novo Testamento e foi "anulado";
(2) que é uma instituição judaica;
(3) que Cristo e os Seus discípulos não observaram o sábado.

A alegação de que o Novo Testamento não ordena a observância do quarto mandamento da Lei de Deus é desproporcionada de fundamento bíblico, além de demonstrar desobediência deliberada após Cristo e Seus discípulos ensinarem tanto em palavras quanto em atitudes o dever do cristão com relação ao sábado no sétimo dia da semana.

A Bíblia, fonte fidedigna de ensino, revela tanto no Velho quanto no Novo Testamento e, sem margens para dúvidas, que o quarto mandamento está em vigência e possui caráter eterno e imutável, assim como o Seu Criador; e é dever de todos obedecê-lo (Gênesis 2:1-3;Eclesiastes 12:13; Salmos 119:34 e 44 cf Hebreus 10:16-17; Salmos 119:142; Isaías 24:4-6; Isaías 56:1-7; Isaías 58:13-14; Isaías 66:22-23;Mateus 5:17-22 cf Mateus 24:35; Mateus 19:16-22; Lucas 4:16 e 31; Lucas 16:17; Lucas 23:56; I João 5:1-4; etc.).

Cristo, se referindo a destruição de Jerusalém que ocorreria aproximadamente a 40 anos após a Sua ressurreição, alertou os Seus seguidores dizendo:
"Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado." (Mateus 24:20)

Por que Jesus Cristo chamaria atenção para o sábado em meio a um acontecimento futuro se o mandamento referente a essa observância sabática "seria anulado" na cruz do Calvário, como muitos ensinam?

Quarenta anos depois da ressurreição de Jesus, o sábado foi tão sagrado como nos dias em que Ele proferiu as palavras de Mateus 24:20 no monte das Oliveiras. E continua sagrado e vigente nos dias de hoje. Cristo não insinuou nenhuma mudança na santidade do dia de descanso como muitos cristãos supõem ter ocorrido no dia da ressurreição.

Ele conviveu com Seus discípulos ainda por 40 dias logo após sua ressurreição, antes de subir ao Céu e, nada foi ensinado sobre a anulação do sábado no sétimo dia ou sua transferência para o primeiro dia da semana (domingo)Não há relato no Novo Testamento sobre tais mudanças (Lucas 16:17 cf Mateus 5:17-19).
                                 
O tumulto, a excitação, o temor, e a viagem de fuga previsto para ocorrer na destruição de Jerusalém não seriam apropriados para o dia de sábado; por isso os cristãos deveriam orar para que pudessem guardar o sábado como Deus desejava. E a preocupação de Cristo com a temporada fria e chuvosa do inverno era motivada pela difícil viagem; seria problemático achar alojamento e comida, e as possibilidades de caírem enfermos seriam maiores. Ademais, durante a estação chuvosa, ia ser difícil cruzar o rio Jordão. Em outra ocasião Jesus fez a seguinte declaração:

"O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado." (Marcos 2:27)

Dentro do contexto de Marcos 2:23-28 verifica-se claramente que Jesus referia-Se ao sábado no sétimo dia. E o verso em questão pode ser melhor compreendido utilizando a expressão: "pelo bem do" no lugar de "por causa do". No verso de Marcos 2:28, Ele arremata Seu ensinamento dizendo: "assim o Filho do Homem, até do sábado é Senhor." (Gênesis 2:1-3 cf Êxodo 20:8-11; Isaías 58:13; João 1:1-3). Ele além de desvencilhar o sábado das excessivas e errantes regras e tradições impostas pelos fariseus, revela-Se como autor e Senhor do sábado, e como tal demonstra o que é lícito ou não realizar neste dia.

Os inumeráveis requisitos dos rabinos para a observância do sábado se baseavam no conceito de que, à vista de Deus, o sábado era mais importante do que o próprio homem. De acordo com o raciocínio desses cegos expositores da lei divina, o homem foi feito para o sábado. Os rabinos conduziam-se "mecanicamente" durante o sábado fundamentados em absurdas regras rígidas e insensatas, destituídas de qualquer sentido, e isso ocasionou inúmeros atritos com os ensinos de Cristo, como em: Marcos 2:24; Marcos 3:2; João 5:16-17; Mateus 15:1-9 cf Marcos 7:1-13; etc).

Deus não criou o homem no sexto dia porque precisava que alguém guardasse o sábado que seria instituído no sétimo dia. Mas o onisciente Criador sabia que o homem, a criatura de Suas mãos, precisaria de um dia especial para o seu crescimento moral e espiritual. Ele sabia que o homem necessitaria de um tempo no qual os interesses e afãs humanos fossem sobrepujados e subordinados por uma comunhão mais reservada e dedicada ao Criador. E o sétimo dia da semana, o sábado, foi ordenado por Deus para suprir essa necessidade. O sábado foi designado para o bem-estar da humanidade.

Alguns na ânsia de se livrar a todo custo do sábado, alegam que em Marcos 2:27, Cristo referia-se apenas aos judeus. A Bíblia, no entanto, pulveriza esse argumento contra o sábado do Senhor, pois no verso em questão é utilizado a palavra "homem" que é traduzida do grego "anthrôpos" e seu sentido abrange a: homens, mulheres e crianças, ou seja, refere-se a qualquer ser humano; em Marcos 6:44 temos outro exemplo da palavra "anthrôpos" sendo utilizada com o mesmo significado. Ressaltando ainda que, o sábado originou-se na semana da criação (no sétimo dia), muito tempo antes da existência dos judeus.

Comparando os versos de Isaías 56:2 e Marcos 2:27 nota-se que ambos comunicam o mesmo ensinamento sobre a observância sabática, pois declaram que o sábado foi instituído para todos os povos, sem distinção (cf Isaías 56:7-8). E Cristo convida-nos a respeitar e obedecer o Seu sábado, seguindo o Seu exemplo (Lucas 4:16 e 31; Isaías 42:21 cf Mateus 5:17-19; João 14:21).

Guardar o sábado não consiste essencialmente em abster-se de certos afazeres do cotidiano. Agir dessa maneira é perder completamente o verdadeiro propósitos da observância sabática, é ir em "pró" de uma justificativa baseada em obras. Abstemo-nos de certas tarefas, de certos temas em nossos pensamentos e em nossas conversas, não porque ao fazer isso pensemos que estamos ganhando o favor de Deus, mas a fim de que possamos dedicar nosso tempo, nossas energias e nossas faculdades mentais em atividades que aumentarão nosso entendimento em Deus, e deste modo, o nosso fortalecimento em Seu caráter.

Assim, a nossa capacidade para cooperar e servir ao Senhor e ao próximo será mais eficientemente desenvolvida. A observância do sábado que consiste unicamente no aspecto de não fazer certas coisas, de maneira alguma é a observância sabática que Deus deseja de nós. Mas, quando entendemos verdadeiramente seu significado e agimos como Cristo ensinou e demonstrou, receberemos as bênçãos reservadas e destinadas nesse dia (Isaías 58:13-14).


REUNIÕES SABÁTICAS NO NOVO TESTAMENTO

O Novo Testamento não autoriza o homem a anular a observância sabática, pelo contrário ele descreve 90 reuniões religiosas no sábado como o quarto mandamento orienta. Ei-las:

"Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi Ele ensinar na sinagoga." (Marcos 1:21 cf Lucas 4:31-37)
Local e Data: Cafarnaum - 28 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: A Bíblia descreve que Cristo ensinava a Palavra de Deus aos sábado e realizava nesse mesmo dia a cura dos enfermos. É descrito que Ele despendia o Seu tempo durante as horas sabáticas, de forma prepoderante, auxiliando o homem nas questões espirituais e físicas.

"Sucedeu que, em outro sábado, entrou Ele na sinagoga e ensinava. Ora, achava-se ali um homem cuja mão direita estava ressequida. Os escribas e os fariseus observavam-no, procurando ver se Ele faria uma cura no sábado, a fim de acharem de que O acusar." (Lucas 6:6-7 cf Mateus 12:9-14; Marcos 3:1-6)
Local e Data: Cafarnaum - 28 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: Cristo novamente, no sábado, ensinando as Escrituras e proporcionando, também, a cura física ao homem. Além de ensinar e demonstrar o poder de Deus no dia de sábado, Ele esclarece ao povo o que é lícito se fazer nesse dia, irritando os fariseus.

Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o Seu costume, e levantou-Se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías..." (Lucas 4:16-17)
Local e Data: Nazaré - 28 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: Cristo novamente foi à casa de culto. Diz o texto que fez "segundo o Seu costume." Quer dizer que sempre ia ao culto aos sábados. Dentro do templo Ele leu e expôs a Palavra de Deus. Não foi com o objetivo de agradar os judeus, pelo contrário, os desagradou bastante a ponto de ser expulso da sinagoga e da cidade. Quiseram atirá-Lo ao precipício.

"Era o dia da preparação, e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento." (Lucas 23:54-56)
Local e Data: Jerusalém - 31 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: O "dia da preparação" que a Bíblia se refere é a sexta-feira, e, segundo seus ensinos, naquele momento, ocorria o pôr-do-sol e estava "começando o sábado". As santas mulheres seguidoras de Cristo, inclusive Sua mãe, respeitosamente guardaram o "sábado segundo o mandamento". E nada é dito quanto a mudança ou ab-rogação do dia de descanso. Não há a menor alusão de que o sábado semanal fora abolido com a morte de Cristo.

"Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras. Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e estes, falando-lhes, os persuadiam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus." (Atos 13:42-44)
Local e Data: Antioquia - 45 d.C.
Número de Reuniões: 02
Histórico: Enquanto Barnabé e Paulo se retiravam da sinagoga, eram seguidos por muitos de seus ouvintes judeus e gentios. E foram debatendo sobre qual seria exatamente a situação religiosa daquelas pessoas. A pregação do evangelho de Cristo fora levada a vários lugares, não se fazia em segredo ou a uns poucos. Numerosas multidões ouviam a Palavra de Deus e cidades inteiras eram instruídas e admoestadas. O contraste tácito entre "quase toda a cidade" e "os judeus" (Atos 13:45) demonstra que havia muitos gentios entre a multidão. E é evidente que a sinagoga judia onde se celebrou a reunião no "sábado anterior" (verso 42), não podia conter à multidão reunida agora no "sábado seguinte" (verso 44). Isso ocasionou aos ouvintes que ficassem muito próximos uns dos outros às janelas e às porta da sinagoga, ao ar livre, enquanto os apóstolos falavam adentro. Nesse relato não se menciona qualquer mudança quanto ao dia de repouso instituído por Deus em Sua lei. Essas duas reuniões sabáticas ocorreram 14 anos após a ressurreição de Cristo e seria uma ótima oportunidade para Paulo mencionar que o sábado do Senhor instituído no sétimo dia fora abolido ou mudado para outro dia da semana.

"E dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido." (Atos 16:12-13)
Local e Data: Filipos - 53 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: Paulo, Silas, Timóteo e Lucas estavam numa cidade desconhecida, de um país desconhecido por eles. Tinham estado ali alguns dias, mas quando chegou o sábado desejaram um lugar ideal para realizar o culto a Deus e levar as boas novas de salvação a outras pessoas. Saíram da cidade, pois nela não havia sinagoga, então procuraram algum lugar onde pudessem estudar a Palavra de Deus, orar e pregar a graça salvadora concedida aos homens. Apesar de não haver sinagoga em Filipos, existia um lugar de reunião na orlas do rio, onde podiam realizar suas reuniões sabáticas; e os discípulos de Cristo, informados desse lugar, foram ao encontro desse local.

"Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio." (Atos 17:1-3)
Local e Data: Tessalônica - 53 d.C.
Número de Reuniões: 03
Histórico: Tessalônica, um ativo centro de compras, atraiu um número significativo de judeus. Estes desfrutavam de liberdade religiosa, e puderam construir seu próprio lugar de culto. Durante os intervalos entre os sábados, o apóstolo Paulo trabalhava em seu ofício, que era fazer tendas (Atos 18:3; cf I Tessalonicenses 2:9; II Tessalonicenses 3:6-9). O fato dele pregar três sábados consecutivos mostra o respeito que tinha para com o dia do Senhor e as responsabilidades como ministro do evangelho. Ele pregava o evangelho de Cristo não "em palavras somente, mas também em poder, guiado pelo Espírito Santo e movido de santa convicção" (I Tessalonicenses 1:2-5). E como resultado, não se salvaram somente judeus e prosélitos, mas muitos gentios rejeitaram seus ídolos e passaram a seguir e servir a Deus (I Tessalonicenses 1:8-10).

"Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles. E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas. E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos." (Atos 18:1-4). "E ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a Palavra de Deus." (Atos 18:11)
Local e Data: Corinto - 54 d.C.
Número de Reuniões: 78
Histórico: Devemos considerar as seguintes observações: (1) Em Atos 18:4 é dito que Paulo pregava "todos os sábados" a "judeus e gregos". (2) Atos 18:11 diz que ele "ali permaneceu um ano e seis meses". Nesse período de tempo transcorreram 78 sábados, e em todos eles foi ensinado o evangelho de Cristo. Paulo continuou a observar o sábado conforme o quarto mandamento da Lei de Deus estabelece, e, em nenhum momento é dito que houve mudança no dia de repouso. Paulo "trabalhava em fazer tendas". No sábado não trabalhava, cumpria a Lei de Deus que lhe manda trabalhar seis dias. Seguiu o exemplo de Cristo. (Lucas 4:16 e 31). Contando a partir do relato bíblico de Atos 18:1-4 e 11, já se passaram 24 anos desde a ressurreição de Jesus, e nada referente a alguma mudança do dia de sábado ou mesmo a abolição da observância sabática da Lei de Deus fora ensinada.

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